sábado, 28 de março de 2009

Mar doce mar de Trancoso-Ba-Brasil


Toco de pau

Poesia é só uma maneira de dizer as coisas de outra maneira.
Invenção do espírito liberto.
Os homens viram do buraco negro nascer,explodir,uma galáxia inteira.Parto cósmico que só a ciência vê com suas lentes poderosas.
O poder nasce do escuro,germina onde as coisas se fazem sagradas,no silêncio da alma.

Toco de pau
Toco de pau
Toco de pau

Adoro o ritmo e a força sonora

Toco de pau

Se uma multidão entoar o mantra "toco de pau" uma transformação com certeza acontecerá.

Toco de pau

O mar é sonoro quando quebra na praia e se esparrama.
O mar se apodera de mim,me ama ,me ondula,me envolve.É carícia,caldo forte,pegada boa,onda de alegria.Brincadeira de amar,o mar me cura.

Toco de pau
Toco de pau
Toco de pau

O mar ao fundo compõe a melodia.
O latido longe.A matilha de cães alegres.
Pés arrastados na areia molhada.
Que paz de mulher se abrindo.
A doçura do sal em minha pele.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bistrô Adipe -Verão 2009-Trancoso-Bahia


Legenda das fotos do slide.

1- Laila, Izabel, Viviane, Cariza, Pedro Alves/2- Bethy Jeguer, Rose, Regina , Helaine/3- George, Simone e Laila/4- Nely Rosa, Laila e Milton e uma turista/5- Nely Rosa, Ricardo Pimenta, Amigo do Kiko, Francisco (Kiko) e Leonardo/6- Viviane, Laila e uma turma de turista estrangeiros/7- Amigo de Ricardo Urgel, Ricardo Urgel, Maria Chaver, Gabriela Paina

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Na janela vendo o tempo passar

Na janela vendo o tempo passar

Quadrado de Trancoso

Assim são as casinhas do Quadrado de Trancoso com janelas que se abrem de par em par para ver o tempo passar.Os cavalos mansos pastam o verde do chão de grama falhada.O ambiente é dinâmico,vagarosamente dinâmico.
É uma tarde quente, dia dois de fevereiro,dia santo e feriado,comemora-se São Brás,as crianças da cidade se reúnem no centro do Quadrado para a brincadeira do pau de sebo.
È um escorrega escorrega da criançada que se aventura a escalar o mastro liso.Os mais velhos dão pèzinho para apoiar os mais novos,arrumam um por cima do outro e num repente todos escorregam e caem.,só risadas e torcida que estimula com gritos de vai...vai..Na Casa das Festas o festeiro oferece comida e bebida para todo o povo se fartar,matam uma dezena de bois.
Os velhos fizeram a vigília da madrugada com samba de roda,tocando tambor ,recitando uma ladainha a noite inteira.Bebem aguardente e cerveja e seguram em energia a toada.
Fim de tarde e vem a procissão com São Brás à frente, há poucos dias a festa era para São Sebastão, é muita festa.Os homens jovens trazem o mastro trabalhado artísticamente com a intenção de criar fartura para a aldeia.O mastro é escolhido na mata pelos homens e no dia do corte da árvore as mulheres preparam a comida para serví-los .Por toda a parte é festa a alegria é contagiante,as baianas arrumadas com muita vaidade,flores e adereços nos cabelos,brincos e colares,tudo muito brilhoso.
É um povo forte e saudável que ri,canta,dança,fala alto.É um povo cheio de esperança.
São prósperos o bastante para esbanjar felicidade.Se existe crise no mundo dos ricos ela não baixou neste terreiro cheio de vida.
Na hora de trocar o mastro do ano passado pelo novo o povo se comprime e anima os homens que irão levantá-lo com a bandeira nova.O mastro içado por cordas vai subindo
Um moço de corpo quase nu,bonito,ágil e musculoso dança em frenesi rítmico em honra do santo.
Vivas e aplausos,as mulheres tocam no pau do mastro com as mãos e secretamente fazem seus pedidos de amor,dinheiro ,marido.Rezas do coração de cada um.Fazem valer a fé.
Todos ali,os poderosos locais,alguns representantes da elite do país com a atençao voltada para criar mais poder e riqueza ,artistas, celebridades ou não,artesãos,hippies,turistas de todo o Brasil e do mundo,todos ali comemorando o santo.
Na Bahia todos ficam”meu irmão”È fácil entender tudo,somos de um país rico
em patrimonio de juventude e alegria,rico pela terra que possui pronta para produzir riqueza sem derrubar florestas, sem drenar mangues sem ser pátria de traficantes e criminosos..
Seria tão bom se o governo não nos tomasse o que nos pertence.
Mas na realidade é assim,as águias comem as cobras,os cães matam os gatos,os gatos
comem os ratos e as lagartixas que parecem enfeites de parede comem as cigarras cantoras.E o diabo caça os homens.
E os homens e mulheres deste país feliz são servidos de maneira injusta,a maioria vive em estado de dependência da cesta básica e servidão,frustrados em seus pequenos sonhos,com o bem estar ao rés do chão.E dá-lhes dias de sol e chuva,e farinha e pinga e
angu.E dá-lhes banana ,peixe,caju,tá tudo aí ,Deus provê o banquete brasileiro.
È ,mas tudo é festa.Deixa pra lá esta conversa chata,é que vendo esta energia toda penso no desperdício humano,nas crianças sem escola,nos doentes a míngua,nas estradas desastrosas,no qualquer coisa caridosa. que o governo nos dá.
È mas deixa prá lá,tudo é festa....da sobrevivência dos mais fortes,e de repente em nossas festas nós somos fortes ,o tambor dos velhos bate o grito da energia.Deixa prá lá o governo do povo e não para o povo.Deixa prá lá o ideal de uma sociedade harmoniosa. e vamos fazer da festa do povo nossos momentos de reza forte para o santo não nos desamparar.E o povo diz amém e eu em mea culpa digo amém também.
A sobrevivência exige de nós tanta força que não nos resta energia para outras batalhas.
E fico aqui na janela vendo o tempo passar em seu caminho de ir e voltar.No vai e vem infinito do meu alado pensamento ou me enredo nas matas,passando pela aldeia alcançando continentes ou avanço em direção ao mar mergulhando profundezas desconhecidas misteriosas.Neste ir e vir sem fim o fôlego do meu viver,estas palavras
sem paga,meus sentimentos em seu sentido igual ao tempo de ir e voltar.
Nada se encerra quando a janela descerra um panorama novo e lá vai o Jeová com seu bumbo gigante,e lá vai o Sêo João de Antídio com seus óculos de sol e seu chapéu
protetor ,e lá vai a moça linda de vestido branco e flor no cabelo.
E bem aqui na minha frente o argentino exibe macheza com a cobra enrolada no pescoço ,depois esticada de um braço a outro Fogos espocam é festa no Quadrado.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Sou a própria paisagem em movimento.

Pela manhã o show de macaquitos comendo bananas ,pulando de galho em galho,animou os turistas que se serviam do café da manhã no quiosque de palha.O aroma de bolo quente recém tirado do forno.O café forte coado na hora.A conversa neste dia bem brasileira corria solta com o testemunho do depaupério das estradas,a alteração dos preços das passagens aéreas sempre a mais,a sanha dos gananciosos explorando além das medidas o turismo local,o loteamento das praias como se fosse Europa,paga-se para sentar.Enfim paga-se muito caro para veranear em Trancoso.E vale a pena,tudo é desfrute neste maravilhoso lugar.
Vanessa e seu quadriciclo,pronta para me conduzir a praia.A garrafada de alméscar que ela preparou para mim é remédio para todas as espécies de dores ósseas e musculares.Tomo um copo alto com goles fartos.
Este jardim tão familiar,rico em espécies nativas,sonoro no canto do bambuzal,tãobem cuidado pelo João,sempre atento a saúde da vegetação,amoroso e vigilante.Terreno cultivado passo a passo, trabalho de algumas décadas.Trilha de pedriscos.Fogueira de folhas secas.Chão rastelado diáriamente.
À distância de minha vida urbana tudo aqui pode parecer o paraíso.E com o olhar vibrando nesta fortuna verde nestes coqueiros abertos em cabeleira,nas corolas lilázes pontilhando a cerca viva
percebo ao longe o horizonte mesquinho das civilizações.A fragilidade humana em luta pela sobrevivência,cada um por si,lutadores resignados gastos em esperança por um meio menos opressor de manter o equilibrio financeiro.
Pães quentinhos,geléia de jabuticaba da fazenda de Minas,manteiga fresca,variedade de frutas tropicais,sucos naturais,mingau de tapioca,deliciosos quitutes,um agrado para o começo do dia.
Vamos até o mar,na poltrona do quadriciclo sou a própria paisagem em movimento .
O declive acentuado da ladeira,a ponte sobre o Rio Trancoso.A estrada de terra arenosa margeada por árvores frondosas,mato alto,poças d'água que se encolhem ao sol.
Escrevo um movimento interior,a história de um estado de alma,a calma segurança que me leva
aos grãozinhos palpáveis de areia áspera e limpa da praia dos Nativos.Passarinhos me acompanham,Passo pela casa de Elba e sigo adiante.
O mar em movimento para cima e para baixo.A canga estendida na cama de areia.As ondas arrebentam a poucos metros dos meus pés.
Só ,deixo cair a parte superior do biquini resolvida a apagar as marcas das alças e dos bojos,expor ao sol o máximo de corpo.Completamente entregue a troca de cores azuis.Infinitas cores da distância das águas.Prata reluzente.Cabelos ao vento.Livre!
Aqui só tem paz!
Aqui encontro disposição e energia.