quinta-feira, 30 de outubro de 2008

E se o coração tiver um infinito é para lá que eu estou indo.

"Amicis serum novaris"

"Amigos das coisas novas"
Todos os dias estão inteiros para serem vividos
Atração de vidas paralelas
a espera de conexão
Rir para sair bem na foto
Na superfície está o pecado do excesso de prazer
A vida uma festa de dança
Amigos a segura aliança
de palha,de ouro,de prata
de intimidade confiante
Tal é o grau de liberdade
Tal é o´fogo do viver

Outeiro das Brisas

Quero acordar com este mundo fresco e vivo todos os dias
sendo o cenário desta obra em que me fundo com a natureza,
olhando-a de dentro de si mesma,
emprestando-lhe meus olhos
para que com esta escolhida cegueira
eu possa vê-la com o meu coração
e sentí-la viva
em toda sua textura,
sua vibração, seu tom.

domingo, 19 de outubro de 2008

Rio Trancoso visto da Casa do Rio

Daqui de cima
parece que o rio parou
que sua curva é um lago
corredeira corre mansa
líquido espelho
toda hora é outra hora
toda água é outra água
e tudo quieto
movendo por dentro
passando por baixo
um sossego

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Harmonia é o estado feliz da alma

Barraca Pé na Praia
Presente é estar aqui.Ainda é cedo.O mar está crespo e arrebenta forte.Risco no céu do avião que passou.
Rastros de felicidade que deixo aqui e ali por onde passo.O lume da candeia,sempre acesa,sempre quente é como me sinto neste estar de paz.
O vento forte areja a alma e vivifica o corpo.Contraste do sol quente com o vento frio,o estar e o movimento.Os voleios das mechas pesadas dos cabelos,a mão viva nas letras redondas,a escrita que se recomeça como os dias que a cada dia surgem novos.É tudo prata neste perder de vista.É tudo ouro,canga amarela,banana da terra,cuíca no som de jazz.É tudo um ponto.É tudo pronto.O nenem de olhos espertos no carrinho de bebê.
O banco de areia,o banco de pau,a mesa de madeira.Formigas diligentes com o pequeno corpo acelerado.
Nada é previsível nem tão importante quando se olha o mar.A criação não é previsível.Deus não é previsível,a não previsibilidade harmônica.O ser sendo,o é sem se importar se é.
Numa plaquinha de madeira azul escrito em branco:"Fumante segure as pontas".
Sigo as pegadas que o mar apaga,piso na areia transformista.O agora é esta hora bendita de outro mundo e tudo que preciso cabe na sacola transparente e o amor é fazer rolar o corpo na esteira do chão.
Quanto desperdício de tempo com coisas de acumular.Espreguiçadeira e almofadas.Caetano canta musa híbrida.O pintor busca a luz ideal,o tom ,a cor;o escultor a forma,a força, a proporção;
o fotógrafo o ãngulo,o foco,o enquadramento,e o poeta trabalha com o que tem,na busca por êle mesmo encontra palavras,filosofias,atmosferas,estados de espírito.Faz a história e a transcreve enquanto tudo acontece quente.Atos crus que viram fatos.Ele tem ao que se ater
quando a alma voa.Poemas carregados de vento e velocidade por vezes uma pasmaceira.
Sou esta onda que bate no chão e se acaba.
A cançoneta italiana linda.
Passa o homem com chapéu de cangaço.
Tão Brasil,tão íntimo da minha alma,a canção chorosa e o galope ligeiro.A sensação deste só onde ninguém me pega.
O bebê aconchegado a mãe,enrolado no sling azul sorri,sorri muito e olha para o céu encantado com as ramagens que balançam,a surpresa das borboletas,o rasante dos pássaros.
O bebê fala a linguagem dos anjos,um mantra atrapalhado e divertido.
Harmonia é o estado feliz da alma.